As I
Lay Dying
“The
powerless rise”
2010 Metal Blade Records
Disseram-me algum
tempo atrás que a reciclagem não valia a pena pois este planeta já estava
condenado. Discordei da afirmação pois acredito que, mesmo sendo pouco o que
podemos fazer, não se pode negar que tal acção poderá começar uma reacção em
cadeia de maiores proporções que seja inequivocamente positiva.
O agrupamento As I Lay Dying já existe desde 2000 e “The
powerless rise” é o seu quinto álbum. Carregado de ritmos fortes, melodias um
tanto apelativas e uma descarga vocal proeminente, esta crítica poderia
enaltecer todos os pontos fortes de uma banda de Metalcore… não tivesse eu 37
anos e já ouvido carradas de bandas que, tediosamente, soam ao mesmo. Acontece
que, ouvindo o álbum tempos depois após uma passagem por outros géneros
musicais, senti inicialmente como se estivesse a apreciar uma lufada de ar
fresco e que, além da inequívoca qualidade da banda, este seria um lançamento
que perduraria por muito mais tempo na minha playlist. Só que… ainda me lembro
de muitas outras bandas e se todas essas têm determinados níveis de qualidade, As I Lay Dying recorre daquela pujante
condição que é ser mais um enérgico comboio em risco de colisão. Assim, mais
uma banda cujos destroços poderiam ser investigados e nos dar a conhecer que
nada de novo surgia que elevasse o espírito. Sim, até parece que a banda o sabe
dado o título do álbum…
Será que os
dez anos de existência não concederam aos membros da banda outras ideias que
lhes permitisse reinventar a sua sonoridade? Será que o que se pode esperar
deste agrupamento são mais dez anos de uma energia tépida que não agarram suficientemente
bem a alma mas que apenas funcionam ao vivo quando a adrenalina, e uma certa
quantidade de álcool, nos inebria? Isso, somente o tempo dirá mas, por
enquanto, temos um álbum que é pouco mais do que se poderia esperar…
(6/10)
Jorge Ribeiro de Castro
crítica publicada na "Versus Magazine"
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