Insomnium
“Across the
Dark”
2009 Candlelight
Se
ao cair da escuridão nos sentimos frágeis, presos às memórias de quando a luz
nos fazia sentir vivos, o melhor será prosseguir com cuidado de modo a que não
hajam surpresas. Não importa o fogo que nos toque, existe sempre aquele desejo
de caminharmos em terreno seguro…
Apesar de
terem uma carreira iniciada em 1997, os finlandeses Insomnium sempre
percorreram o caminho oferecido pela sonoridade que mais lhes agradava, death –
metal melódico, apenas ligeiras diferenças a cada álbum lhes posicionando um
pouco mais acima a nível de estatuto.
Este seu novo
lançamento começa com uma suave melodia acústica que nos enlaça em contemplação
para depois surgir o tumulto onde a voz cavernosa e a insinuante entoação trucidam
a paz de outrora, imiscuindo no nosso ser a ansiedade por algo que brilhe… ou
assim o agrupamento desejava.
Embora cada música
de “Across the dark” mostre a razoável qualidade que o grupo já nos ofereceu em
álbuns anteriores, surge sempre aquele cómodo teor que demonstra que têm
pálidas certezas em relação ao caminho a percorrer. É de notar que certas
melodias são bem trabalhadas, o cariz melancólico, épico e progressivo sendo
factores pertinentes que se conjugam bem com a dualidade de vozes. Os teclados
são tocados por Aleksi Munter (Swallow The Sun), enquanto os vocais limpos são
interpretados por Jules Nãveri (Profane Omen, Enemy of the Sun) mas ambos,
embora possuem uma qualidade impecável, não conseguem tornar as músicas
memoráveis.
Em suma, se existem bandas que tentam
engrandecer a sua música com a inovação, Insomnium padece daquele indistinto ranger
que é ser uma das carruagens de um poderoso comboio que nunca faz desvios.
(6,5)/10)
Jorge Ribeiro de Castro
crítica publicada na "Versus Magazine"
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