Sigh
“In
somniphobia”
2012 Candlelight
Records
Não é pedir
muito se pedimos que haja alguma luz quando o cenário é tão negro quanto a
nossa imaginação abalada pelo medo. Por vezes, até descaímos em gargalhadas
quando nos lembramos de que esse terrível sentimento não tinha razão de
existir. No entanto, a nossa essência é assim, facilmente atordoada pelas
incongruências de quaisquer realidades. Nisso, os japoneses Sigh são mestres…
Eles, que nunca tiveram que fazer vénias para agradar a uma legião de mentes
fechadas, conspurcando assim a sua criatividade com a infantilidade de criar o
que se pede, não o que se deseja! Formados em 1990, já desde cedo elevaram a mais
bela ode a traumatismos insanos, agarrando qualquer fronteira, trespassando-a
com o despejar de maravilhosas e delirantes ideias e fazendo com que qualquer
paisagem não tivesse apenas as cores e os sons a que o cérebro está acostumado.
Com esta nona edição, o agrupamento apresenta-nos um pesadelo que revolve por
diversos estilos musicais, como se esse fosse um lancinante jardim do qual não queremos
nos aproximar. Bem, isso talvez dependa do quão aberto se está ao que é
estranho, pois ouvir um álbum que funde de forma tão pouco ortodoxa heavy-metal,
música clássica, música tradicional indiana, Stockhausen e Xenakis não é para
todos. Aliás, se estivermos sempre a fincar o pé no mesmo pedaço de terreno, de
certeza que este se afundará. É o preço a pagar por não desejar sair da zona de
conforto. Só que, por vezes, nos empurram…
9,5/10
Jorge
Ribeiro de Castro
crítica publicada na "Versus Magazine"
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