terça-feira, 9 de março de 2010

Ordo Draconis (2000)

1 – Poderias introduzir a ti próprio e ao resto da tua banda aos metálicos portugueses, dando-nos alguma ideia acerca vosso background musical e a razão de ser do vosso nome?
Rahab: Ok... Bem, Ordo Draconis consiste em Moloch no baixo e vocais, Bob na guitarra, Midhir no sintetizador, Arco na bateria e este vosso na guitarra...
Começamos a banda em Setembro de 96 com quase o mesmo line – up – apenas tínhamos um outro baterista nesse tempo... Em Janeiro de 97, mudamos de baterista e foi a partir daí que começamos a trabalhar no nosso próprio material. Antes, apenas tocávamos várias covers de modo a nos tornarmos mais coesos como banda. Apenas Arco tinha tocado numa outra banda antes de se juntar a Ordo Draconis – chamava-se Ishtar...
No Verão de 97, gravamos as primeiras três faixas que composemos juntos, indo mais tarde aparecer na demo “ When the cycle ends “. Esta demo não surgiu com intenções de ser alguma vez lançada. Apenas tínhamos gravado algumas faixas para nós e a demo nada mais é do que um ensaio polido. Mesmo antes da gravação, tínhamos dado o nosso primeiro concerto e as pessoas estavam sempre a perguntar se podiam obter alguma gravação de nós... Assim, eventualmente, decidimos lançar a gravação – que não lançaríamos, claro, se a gravação fosse uma merda.
Entretanto, “ When the cycle ends “ vendeu mais de 1200 cópias , o que é mais do que alguma vez poderíamos imaginar.
Demos uma enrome quantidade de concertos após o lançamento com Ancient Rites, Within Temptation e Ancient. Decidimos que Janeiro de 99 seria o momento certo para gravar o nosso segundo esforço. Porque ainda não tínhamos qualquer experiência em estúdio, decidimos que era melhor ganhar alguma antes de gravar o nosso debut Cd. Assim, gravamos uma segunda demo. Foi lançada em formato Cd em Maio de 99, incluindo quatro novas faixas ( 27 m ) e possuíndo o nome de “ In Speculis Noctis “. Depois das seis semanas do lançamento mais de 850 cópias foram vendidas...
Bem, em relação ao nome da banda: Ordo Draconis é latim para Ordem do Dragão ( como se poderia esperar ). Escolhemos esse nome para a nossa banda principalmente devido ao simbolismo do dragão – representando o ciclo da criação e da destruição, sendo o guardião da sapiência ancestral e a vítima da trágima derrocada, para nomear alguns elementos relacionados com o dragão. Considerando a importãncia desses valores conectados com o dragão no nosso ponto de vista acerca da vida actual e com a nossa filosofia de vida, decidimos que éramos a ordem do dragão. Dracul também significa a ordem do dragão. Assim, o nome da banda também se relaciona com ess culto em que Vlad Tepes foi o mais famouso participante. O valor simbólico do sangue é relacionado com a lenda de Dracula bem como com o dragão em geral – o sangue significa vida, creatividade, sapiência e invenciblidade Para exprimir o laçõ entre nós e a nossa música, numeramos as primerias 100 cópias da nossa demo com o nosso próprio sangue. A nossa música faz parte de nós como o sangue que corre pelas nossas veias...

2 – Bem, esta questão é mais do que vulgar mas diz-nos: Tiveram algumas ajuda desde a vossa primeira formação ou existiram alguns obstáculos a nivel social, económico, cultural ou musical? É difícil apoiar uma banda no vosso país?
Rahab: Bem, considerando o número de demos que vendemos, deveríamos ser os últimos a se queixar de quaisquer obstáculos advindo da cena, e eu quero dizer fans de música extrema aqui! Penso que estamos a sofrer alguns obstáculos na nossa evolução – por exemplo, ainda não assinamos por nenhuma editora. Penso que poderíamos conseguir mais com uma boa editora para nos ajudar. Com “ In Speculis Noctis “ chegamos practicamente aos limites no que se refere ao nosso professionalismo. Quero dizer, a demoCd vem com uma capa totalmente a cores de oito páginas, os Cds são pro – duplicados e a gravação sucedeu nos mesmo estúdios em que Sinister e Dance Macabre gravaram os seus albuns mais recentes. Embora só possa especular nas razões porque ainda não assinamos por alguma editora, possuo as minhas ideias pessoas acerca disso...
Através do underground, surgiram um certo númerod epesoas que aqueceram os nossos corações através daquele apoio extra, especial – um certo número vive em Portugal, já agora, há ha! Algumas zines, ambas pequenas e grandes nos providenciaram um maravilhoso apoio com crítcas, pela quais estamos agradecidos! E um par de amigos estiveram a espalhar a nossa mensagem com um tal entusiasmo que só poderíamos sonhar ( thanx Morgana!! ).
Considerando os obstáculos, pensando na música como um negócio, quase todos os obstáculos são económicos no final de contas. Mas, temos um lugar para ensaiar, podemos tocar em alguns concertos e, até agora, temos os meios financeiros para lançar as nossas gravações. Por isso tudo, acho que nada temos de nos queixar...
Se é difícil apoiar uma banda no nosso país? – essa é uma questão particularmente difícil... Queres dizer apoio interno ou externo? Quer dizer, tento apoiar as bandas que penso que merecem e somente depende das oportunidades pessoais se é difícil ou não. Acontece que sou membro de uma sociedade metal no lugar onde vivo e uma das nossas actividades é organizar concertos e assim tenho a oportunidade de deixar algumas bandas tocarem lá... Além disso, participo na Mandrake’Mag – uma zine underground de qualidade, escrita em ingl~es – e assim posso comentar lá as bandas de quem gosto. O nosso baterista possui uma pequena distribuidora que tem o nome de Moongleam e ele tenta distribuir as bandas em que acredita.
No que se refere ao facto de apoiar Ordo Draconis – penso que apoiar uma banda na fase de demo é sempre bastante difícil. Leva imenso tempo e engloba uma enorme quantidade de sorte ( claro que a qualidade é também muito importante embora nem sempre decisiva ). Felizmente, apoiar a nossa própria banda é sempre bom desde que se acredite no que se vai fazendo. Um bocado frustrante, por vezes, mas gosto imenso, especialmente quando se consegue algum proveito!

3 - Ouvindo a vossa demo “ When the cycle ends “, tomei conhecimento de que são mais do que uma vulgar banda de black – metal... Vocês realmente encaram a melancolia e o classicismo como termos válidos em vez de colocarem riff atrás de riff sem qualquer sentimento. Quais são as vossas fontes de inspiração?
Rahab: Considero o teu comentário um grande elogio! Criar músicas, para mim, tem a ver com exprimir emoções e, embora considere Ordo Draconis uma banda de Black- metal, recuso-me a ter quaisquer restrições musicais. Simplesmente elas não são necessárias – as emoções que exprimimos com a nossa música pertencem a um lado particular do espectro emocional, simplesmente porque somos quem somos e qualquer expressão é então justificada. Penso que estamos num lado um pouco mais progressivo do género Black – metal, maioritáriamente baseado no material após “ When the cycle ends “.
No que concerne à minha contribuição a nível criativo na banda, a melancolia surge da minha personalidade - é algo que estimo imenso, é uma emoção muito pura. Estou a ouvir “ Headstone “ neste momento – uma música por Chorus of Ruin – eles captaram essa emoção numa maneira incrível! É uma enorme desgraça o facto de nunca terem recebido uma oferta de uma editora antes de desaparecerem...
Antes de iniciar Ordo Draconis, tive aulas de guitarra clássica por algum tempo. Não vou dizer que seja muito bom mas gosto de tocar partes clássicas – penso que influenciou a minha maneira de compôr música. As influências de música clássica estão a aumentar cada vez mais nas nossas músicas, mesmo comparando as músicas mais recentes com aquelas da “ In Speculis Noctis “.
A inspiração pode surgir de qualquer coisa - geralemte, queremos captar um certo sentimento ou atmosfera após termos ecpereimentado alguma coisa; isto pode ir de ler um livro que nos inspire ou ter uma boa conversa até sofrer de uma depressão.

4 – Realmente gostei da capa da vossa demo, pois deu-me uma certa imagem do que encontraremos ouvindo o vosso som: o Sol descendo rumo a um primitivo e místico horizonte, onde se poderá vaguear sem medos se os nosso corações forem corajosos o suficiente... Será que o vosso segundo lançamento terá o mesmo conceito a nível de artwork ou mesmo a um nível lírico?
Rahab: “ In Speculis Noctis “ possui um certo conceito no artwork... Este, em cada página, combina perfeitamente com a letra que aí se encontra impressa . As primeiras três faixas “ Opus Draconum “, “ From the foundations of chaos “ e “ The conjuration complete “ formam uma trilogia, que tem a ver com o conceito do Caos e do Dragão. No entanto, não existem, desta vez, quaisquer dragões no artwork, apenas paisagens... A quarta faixa “ Deirdre of the Sorrows “ lida com a semelhante lenda céltica com o mesmo nome e o artwork refere-se aos elementos dessa história. Arco é o responsável por todo o lay – out e, na minha humilde opinião, ele fez um trabalho esplêndido. E, óbviamente, não sou o único a pensar de tal maneira, pois mais bandas lhe pediram para fazer o lay – out dos seus futuros Cds.

5 – Disseste-me que tiveram algumas ofertas de várias editoras coma vossa primeira demo mas que as recusaram... É mesmo bom que não sigam o mesmo caminho que muitas bandas que ficam aluadas quando recebem algumas ofertas após o lançamento da primeira demo ( muitas delas perdem com isso ). Pelo menos, têm o senso comum de esperar até que sejam mais experientes no estúdio ( e mais conhecidos ). Podes dizer aos nosso leitores tudo acerca do vosso Mcd e quando esperam lança-lo?
Rahab: Bem, devido ao facto de ter protelado tanto a resposta a esta entrevista, o nosso Mcd já foi lançado. Penso que supera “ When the cycle ends “ em todos os aspectos. Especialmente o som e a produção são mundos melhores graças ao bom cuidado do nosso produtor, Hans Pieters. As músicas estão melhor compostas e são mais diversas; muito mais rápidas de tempos a tempos e incorporamos algumas influências orientais. A favorita, a nível pessoasl, é a “ Deirdre of the Sorrows “, a nossa valsa nocturna que ficou mesmo bem... É uma música muito bem inspirada a nível clássico.
“ In Speculis Nctis “ foi lançada numa edição limitada de apenas 1500 cópias para venda. As vendas estão a correr muito bem e as críticas que já li até agora são extremamente positivas e animadoras...

6 – Nos concertos, qual tem sido a reacção do público à vossa música?
Rahab: A resposta do público aos nossos concertos é usualmente muito boa – somos abençoados com um vocalista muito carismático, que tem a habilidade de manter todos os olhos focados nele! ( então, durante isso, podemos foder tudo sem que ninguém se dê conta, há, ha... )
Em geral, posso dizer que temos um show que incorpora muito dos “ elementos típicos do black metal “ mas penso que pensamos muito bem o porquê de usarmos certos elementos numa determinada maneira. Para dar um exemplo, temos “ fire – breathing “ no palco como muitas bandas de black – metal mas o incorporamos para “ Opus Draconum “ – uma invocação draconiana simbólica em latim e m que o “ fire – breathing “ serve um propósito concreto na música! O uso de “ corpsepaint “ é um outro assunto, nem todos os elementos o usam todo o tempo quando estão em palco e, na minha opinião, deverá sempre ser uma escolha pessoal. Eu sei porquê o uso quando estou em palco e isso nada tem a ver com o facto de chocar as pessoas ou simplesmente fazendo-o porque é verdadeiro ou porque é suposto fazê-lo quando se está numa banda de black – metal. Somos muito sinceros naquilo que fazemos, vamos chama-lo de “ verdadeiro “ naquela acepção que tem significado: “ verdadeiro para nós próprios “.
Somos muito sortudos de ter tão leais seguidores, assim, quando tocamos em algum lado, existem sempre imensos amigos que nos acompanham... Para alguns concertos, até já alugamos um autocarro porque mais de trina pessoas nos juntaram! Quando estou sentado no autocarro e olho ao meu redor, sempre fico um pouco quieto e muito agradecido, estas coisas não devem ser tomadas como certas...

7 – Já me deste a conhecer acerca das T – shirts que estão a comercializar. Poderias informar os nosso leitores mais acerca disso? Preço e qualquer outro informação?
Rahab: Bem, nós também temos T – shirts completamente coloridas e longlseeves disponíveis. A impressão da frente mostra uma paisagem nocturna com um castelo, a lua cheia e a silhoueta de um dragão no céu. Também possui o nosso logo em prateado. A impressão detrás consiste num pequeno poema que se encontra na capa de “ When the cycle ends “ impresso em cima do selo de Vlad Tepes. As longsleeves também possuiem as mangas impressas: o nosso logo e “ In Speculis Noctis “. As T – shirts custam 15 US$, as longsleeves custam 20 US$ ( mas já estão quase todas vendidas ). Ambas vêêm em tamanho XL e XXL – as T – shirts e longlseevessão de excelente qualidade. Ambos os preços incluem custos postais e embalagem, claro.
Agora que estou a falar sobre merchandise, vou usar a oportunidade para dizer que ainda possuímos algumas cópias da “ When the cycle ends “. Cada cópia custa 6US$ ( Nota: este entrevistador, Jorge Castro, também está a distribuir a demo em Portugal por 500$00 ( portes incluídos ) possuíndo ainda várias cópias )
Uma cópia da “ In Speculis Noctis “ pode ser adquirida por 8 US$ - ambos incluem p&p. Quem estiver interessado poderá enviar o vosso pedido para o endereço abaixo.

8 – Pensas que vão sempre se manter no vosso som actual ou, com cada lançamento, iremos notar mais experimentalismo com influências de outros géneros?
Rahab: Nunca hesitaremos ao experimentar quaisquer influências mas não pelo facto de experimentar. Se podemos usar essas influências, então o faremos mas não é um objectivo em si, usar o máximo de influências possiveis. È difícil dizer qual direcção iremos seguir na nossa evolução. Pelo que posso ver agora, as músicas estão a ficar mais complexas e, talvez, embora seja um tanto ou quanto pretensioso dizê.lo, um pouco inovativas – pelo menos, viemos com algumas coisas, que ainda não ouvi neste género de Black – metal, mas, claro que é impossível nos mantermos informados de todos os lançamentos. Como já mencionei antes, a emoção ainda é o principal e as influências de música clássica estão cada vez mais proeminentes...

9 – Espero que não te tenhas aborrecido com esta entrevista... No entanto, se quiseres me atirar paus e pedras, não podes... hahaha Assim, atira-me lá as tuas palavras finais...
Rahab: Jorge, muito obrigado por fazeres esta entrevista e por nos dares a oportunidade de dizer algumas coisas acerca de Ordo Draconis aos metálicos portugueses. Realmente gostei da entrevista, como já deves ter notado...
Gostaria de acabar por dizer aos metálicos portugueses: Se estão interessados na nossa banda, não hesitem em nos contactar! A resposta é garantida. Suportem o underground...

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